Marcos Carneiro de Mendonça foi o primeiro goleiro da Seleção Brasileira e, na época do amadorismo, o mais jovem dono da camisa número 1 do Brasil, pois tinha 19 anos, quando a defendeu no primeiro jogo, contra o Exeter City, da Inglaterra, em 21 de julho de 1914.
Titular da Seleção Brasileira durante nove anos, Marcos de Mendonça conquistou os campeonatos sul-americanos de 1919 e 1922. Iniciou carreira no Haddock Lobo, antigo clube do bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, que logo viria a se fundir com o América Futebol Clube, com apenas 13 anos, em 1907. Defendeu as cores americanas até 1913, quando conquistou o título carioca. No ano seguinte, transferiu-se para o Fluminense, tendo sido seu goleiro titular até 1922. Em 127 jogos nesse período, sofreu 164 gols e foi tricampeão carioca em 1917/1918/1919.
Dono de reflexos apurados, grande sentido de colocação, estilo clássico e refinado, Marcos de Mendonça, com seus 1,87m de altura, também chamava atenção pelo modo elegante como trajava o uniforme tricolor. Sempre ao final das partidas, curiosamente, as roupas do goleiro (camisa e calção brancos, este último preso a cintura com uma fita roxa) ainda estavam praticamente limpas pelo simples fato de estar sempre bem colocado, fato que fazia com que não se atirasse muito ao chão.
Com suas exibições primorosas, Marcos Carneiro de Mendonça acumulou fama e prestígio numa época em que jogar no gol era algo reservado aos menos hábeis com a bola nos pés. Após encerrar a carreira, Marcos trabalhou como historiador e foi presidente do Fluminense, conquistando como dirigente o bicampeonato carioca em 1940/1941.