Bastaram 1.414 votos e Eduardo Bandeira Mello se tornou presidente do Flamengo. Desbancou Patricia Amorim e sua administração. Ela teve 914 votos, ou seja, só 500 votos separaram um candidato do outro. Patricia foi um enorme fracasso. Para os inocentes, era uma representante das mulheres, iria enfrentar o machista mundo do futebol, mostrar o que a visão feminina pode fazer com o clube mais popular do Brasil. Pura bobagem!
Pouco restava da ingênua campeã de natação, política profissional, com mandatos seguidos como vereadora, tinha mais ambição do que planejamento, queria estar na mídia, trazer Ronaldinho Gaúcho, entregar a camisa do Flamengo a Obama, ao famoso que pudesse, enquanto isso, queria cuidar do esporte amador e não delegava, entregava todo o resto, o futebol e o mais importante: a administração do clube.
Entregou as alas políticas que a apoiaram como um polvo que perde o controle dos seus braços, cada um começou a agir de forma independente, sem dar satisfação, infelizmente, os escolhidos não mostraram competência, a briga pelo comando no futebol foi um caos com aliados se sabotando, Andrade, Rogério, Silas, Luxemburgo, Joel, Dorival Júnior, seis treinadores e muita decepção, o time venceu o Brasileiro de 2009 e parecia que iria se firmar.
Mas não houve rumo, tudo foi na base do improviso e veio a decadência. Adriano foi embora, Ronaldinho chegou, mas com o absurdo, não houve contrato assinado com a Traffic que garantisse o pagamento dos salários do jogador, muita gente no Flamengo acreditou que seria sensacional, não teria vínculos com a empresa que ajudou na vinda do meia, assim o clube estaria liberado para deitar e rolar, aproveitar todo o dinheiro dos contratos de publicidade que ele atrairia. Não foi feito nenhum e ainda o Flamengo teve de pagar sozinho R$ 1,250 milhão mensais.
Pagou por um tempo até que parou. Ele que procurasse a justiça, se duvidou que tomasse atitude, os dirigentes duvidaram da coragem de Assis, mostraram o quanto estavam despreparados, resultado: Ronaldinho foi embora e ainda processa o clube, com muita chance de ganhar R$ 52 milhões, enquanto esteve no clube, desmoralizou o Flamengo. Levou mulher para a concentração, derrubou Luxemburgo, Patricia Amorim assistiu tudo de camarote, viu o treinador sair de cabeça baixa do clube, antes, viu Zico ser humilhado.
O maior ídolo da história do clube estava ganhando espaço político no clube, aliados de Patricia o viam como possível adversário nestas eleições e trataram de implodir sua permanência no clube. Fizeram acusações contra os filhos de Zico, nada foi provado, mas com vergonha, o ídolo foi embora, seus assessores comemoravam, muitos deles tinham pretensões de substituir Patricia. Ao mesmo tempo, as dívidas iam crescendo na mesma proporção que o time foi se apequenando. O mês passou a ter 90 dias para os bolsos dos jogadores, dirigentes do clube chegaram a aconselhar Deivid ir na justiça para cobrar o que o Flamengo lhe devia, isso enquanto continuava a jogar na Gávea. Uma loucura desmoralizante.
Cada vez mais fraco, o time perdeu ambição, parou de sonhar com grandes títulos, grandes objetivos, para piorar, Patricia Amorim foi trocando os pés pelas mãos. Acreditou que seria importante misturar a Câmara dos Vereadores com a Gávea, com sua família e acabou levando 25 pessoas para trabalhar com ela como vereadora, entre funcionários do Flamengo e familiares. Todos com salários pagos com o dinheiro público, a situação constrangedora foi revelada e Patricia pagou caro por isso, concorreu para um novo mandato como vereadora do Rio, buscou até em Vagner Love um cabo eleitoral e não deu certo. Fracassou nas urnas.
Seu mundo estava caindo, mas jurou a assessores que não perderia o Flamengo, ela sabia que o universo dos eleitores é minúsculo, cerca de cinco mil sócios e estava obcecada em melhorar as instalações do clube, só que o Flamengo passou por mais vexames. Teve suas linhas telefônicas cortadas por falta de pagamento,
faltou luz e até o ginásio Cláudio Coutinho sofreu um grave incêndio, tudo isso sob sua administração, mas o gravíssimo está nas dívidas. O Flamengo deve cerca de R$ 450 milhões. Patricia acabou isolada, em dois meses, duas derrotas, o saldo de sua passagem no Flamengo é péssimo, as dívidas aumentaram e o clube continuou estagnado.
Eduardo Bandeira Mello vai mudar a filosofia, em vez de cuidar da parte social e delegar poderes, ele vai mandar com o apoio de empresários, promete investir com tudo no futebol. Márcio Braga e Kléber Leite estão ao seu lado, será o retorno da velha postura de que "o Flamengo tudo pode". Tomara que o fracasso de Patricia sirva de lição e que Eduardo Bandeira Mello seja ousado, modernize o clube, busque reforços, aplique muito bem o dinheiro vindo da televisão e, principalmente, tenha responsabilidade, não queira seguir o exemplo de Márcio Braga, simplesmente.
Para tentar agradar a torcida, ele gastou muito mais do que o Flamengo poderia e grande parte da gigantesca dívida vem dessa visão oportunista, comprar jogadores a qualquer custo e fazer contratos caríssimos ganhando afago da mídia e dos torcedores, mas deixando a conta para quem chega. É tudo o que o Flamengo não precisa agora, o furacão Patricia Amorim passou e deixou estragos. Que Bandeira Mello e seus empresários tenham consciência e trabalhem muito, mas respeitando, cuidando de verdade do Flamengo.
Que use a sua experiência. Não foi graduado funcionário do BNDES por acaso. A Gávea merece até mais afinco administrativo, a situação é terrível, mas reversível, o clube mais popular do Brasil já foi por demais tripudiado, chega de irresponsabilidade, de incompetência, antes de pensar em Pato, Robinho, Diego, Kaká... Veja o estado de penúria que estão os cofres flamenguistas...